História clínica: corredora de 23 anos com dor no joelho esquerdo há 2 dias.
Paciente concluiu o Caminho de Santiago de Compostela na Espanha há 3 semanas. Caminhou cerca de 800 km em 40 dias e durante o percurso apresentou alguns episódios de dor na perna. Refere piora da dor há dois dias após uma pequena caminhada, com "tênis não apropriado". Refere também dor no joelho direito.
Paciente pratica corrida (30 minutos, 3 vezes/semana) e ioga. Nega dor ou lesões prévias.
Hipótese diagnóstica: hiper-pressão do compartimento medial do joelho, com edema ósseo.
Exame solicitado: ressonância magnética do joelho esquerdo
(a) Esclerose óssea subcondral no côndilo tibial medial.
a.
Ressonância magnética do joelho esquerdo
Corte coronal, sequência T1, anterior para posterior (b, c)
(b, c) Tênue linha tortuosa de hipo-sinal na região medial da metáfise proximal da tíbia (seta), inferiormente à linha remanescente da fise de crescimento.
Alteração de sinal compatível com edema ósseo medular adjacente à imagem linear.
b.
c.
Corte coronal, sequência DP FS (d)
(d) Significativo edema ósseo medular na região meta-epifisária proximal da tíbia.
Edema de planos gordurosos adjacentes.
Menisco lateral discóide, sem alteração de sinal (achado de exame) (seta).
d.
Corte sagital, sequência T2 FS (e)
(e) Linha de hipo-sinal na região posterior da metáfise proximal da tíbia (seta preta) com significativo edema ósseo medular adjacente.
Edema intra-muscular difuso no poplíteo (seta branca).
e.
Diagnóstico: Fratura por estresse na metáfise proximal da tíbia; edema de planos gordurosos adjacentes; edema intra-muscular no poplíteo e menisco lateral discóide (achado de exame).
Recomendação de imagem: a ressonância magnética pode se antecipar em cerca de duas semanas no diagnóstico da fratura por estresse em relação às radiografias. No caso apresentado, apesar de a radiografia demonstrar esclerose óssea subcondral, ela não diagnosticou a fratura por estresse. Casos relacionados:[1][11][28][43][51][59][62][67]