Caso #43
Fratura por estresse do 2º. metatarsiano e exame controle


História clínica: paciente do sexo feminino, 30 anos, com dor no pé direito há 4 meses e meio.

Paciente é corredora. Refere melhora da dor com o tratamento, porém permanece com um incômodo na região plantar do pé.

Exame solicitado: ressonância magnética do pé para controle de fratura por estresse.

Diagnóstico radiológico pelo Dr. Milton Miszputen

1º. exame

Ressonância magnética do pé direito

C
orte transversal STIR

(a) Importante edema ósseo medular em praticamente todo o 2º. metatatarsiano, especialmente na metáfise distal, onde se observa tênue linha de hiposinal transversa, assoaciada a discreto espessamento focal da cortical óssea (seta preta).

Nota: neste tipo de sequência de RM, a medular óssea normal tem baixo sinal. Comparar a alteração de sinal do 2º. metatarsiano com o sinal do 1º. e 3º. metatarsianos.
a.
a.


Cortes coronais STIR

(b, c) Significativo edema de partes moles circunjacentes ao 2o. metatarsiano.

b.
c.

2º. exame (4 meses e meio após o diagnóstico inicial)

Ressonância magnética do pé direito

C
orte transversal STIR

(d) Regressão completa da alteração de sinal da medular óssea do 2º. metatarsiano.

d.
Cortes coronais STIR

(e, f) Aumento de sinal intra-muscular no m. adutor do hálux (cabeça oblíqua) (seta preta).
e.
f.
 

Diagnóstico: 1º. exame: fratura por estresse na metáfise distal do 2º. metatarsiano e edema de partes moles adjacentes; 2º. exame: edema intra-muscular no m. adutor do hálux.

Comentário: Com o tratamento, houve cura completa da fratura por estresse e das alterações inflamatórias nos tecidos adjacentes. Entretanto, a RM diagnosticou alteração muscular (que não estava presente no 1º. exame), como sendo a provável causa de desconforto atual na região plantar do pé. Pode-se considerar hipótese de sobrecarga decorrente de alteração na pisada, ou trauma (estiramento).

As alterações ósseas das fraturas por estresse podem permanecer presentes em exames de RM por tempo mais longo que o período de cura. Ou seja, o paciente pode ser considerado clinicamente curado e o exame detectar alteração de sinal. Dessa forma os exames de RM estão indicados para controle de casos com má evolução clínica ou para diagnóstico de outras lesões.

Casos relacionados: [1][11][28]

Dr. Milton Miszputen



 

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