Caso #127 Luxação anterior do ombro e lesão do lábio glenoidal
História clínica: paciente do sexo feminino, de 29 anos, dançarina (dança contemporânea), com dor no ombro direito há 1 semana.
Refere que "o ombro saiu do lugar" ao apoiar a mão no chão para um movimento de dança, e que "voltou ao lugar". Refere episódio semelhante há 4 anos. Atualmente apresenta dor aos movimentos.
Hipótese diagnóstica: instabilidade gleno-umeral
Exame solicitado: artro-ressonância magnética do ombro direito
(a) Depressão semi-circular no contorno póstero-lateral da cabeça umeral, de cerca de 16 mm (seta).
a.
(b) Destacamento da porção anterior do lábio glenoidal, que se apresenta preso ao periósteo (seta).
b.
(c) Espessamento heterogêneo do periósteo (seta branca).
Imagem linear no recesso articular posterior (seta preta).
c.
(d) Imagem linear no recesso articular posterior (seta).
d.
Corte sagital, sequência T1 FS (e)
(e) Destacamento e afastamento da porção ântero-inferior do lábio glenoidal (seta).
e.
Diagnóstico: lesão e destamento da porção ântero-inferior do lábio glenoidal, compatível com lesão de Bankart crônica ou lesão de Perthes (variante de lesão de Bankart); lesão de Hill-Sachs; imagem sugestiva de corpo livre intra-articular (cartilagem?).
Recomendação de imagem: ressonância magnética e artro-ressonância magnética.
Comentários: A imagem de espessamento heterogêneo do periósteo identificada neste exame pode corresponder a rotura com fibrose, decorrente de uma lesão crônica de Bankart (especialmente pelo fato de a paciente ter tido outro episódio anterior de luxação), ou a lesão tipo Perthes, em que o periósteo se mantém intacto. Na lesão tipo ALPSA, ocorre o deslocamento medial do lábio glenoidal e do periósteo.
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