:9: Pode o Diagnóstico por Imagem ajudar a prevenir lesões?
Já se perguntou se a Radiologia pode ser utilizada como método de prevenção de lesões esportivas. Em essência, os exames de imagem se prestam para o diagnóstico das lesões. Porém, realmente há algo para se considerar em termos de prevenção de lesões em esportistas e pessoas com atividade física em geral, como veremos em dois exemplos, mais adiante.
Na medicina atual, ainda não há sentido realizar exames de imagem em atletas assintomáticos para se fazer rastreamento de lesões, como se faz com câncer de mama e mamografias periódicas. Mas recomenda-se que qualquer pessoa que sinta dores osteoarticulares ou musculares busque auxílio médico. Alguns critérios para reforçar isso: dor por tempo prolongado, ou decorrente de trauma, ou que impeça a pessoa de exercer suas atividades.
Consideremos um exemplo hipotético em que um atleta, com dor no tornozelo, passe em consulta com seu médico. Este, após colher a história do paciente e realizar os testes clínicos, fará hipóteses diagnósticas e poderá ou não encaminhar o esportista para exames de imagem, como uma ressonância magnética. Este excelente método tem a capacidade de realizar uma avaliação global da articulação. Se o exame diagnosticar uma tendinopatia crônica do tendão de Aquiles ("tendinite"), revelará informações preciosíssimas ao médico do paciente, pois essa alteração no tendão é considerada um fator de risco para rupturas, sejam elas parciais ou totais. Neste caso, a Radiologia (ou Diagnóstico por Imagem) terá um papel fundamental ao fazer o diagnóstico inicial, mas também por fornecer informações que serão utilizadas pelo médico, que orientará clinicamente o paciente (tratamento, treinamento, etc) a fim de evitar uma ruptura no futuro, uma condição obviamente mais séria que a tendinopatia.
Tomemos outro exemplo: consideremos um corredor que sinta dores na canela. Após passar em consulta com seu médico, ele poderá ou não solicitar exames de imagem (radiografias, cintilografia óssea ou ressonância magnética). Caso uma ressonância magnética da perna diagnostique Síndrome do estresse tibial medial, que os atletas chamam de "canelite", mais uma vez a Radiologia, além de diagnosticar, terá ajudado na prevenção de lesões mais sérias. Isso porque no caso das "canelites", o exame de ressonância magnética revela a graduação da lesão, que vai de I a III. Essa lesão pode culminar com a indesejável fratura por estresse, que alguns consideram ser o grau IV da síndrome. Ao tomar conhecimento do diagnóstico de grau I, II ou III o médico orientará o esportista de forma a prevenir que a lesão se torne uma fratura por estresse.
Os exames de diagnóstico por imagem e os radiologistas músculo-esqueléticos estão aí para contribuir com a medicina esportiva e para ajudar os atletas no momento do diagnóstico de uma lesão e ao longo do seu tratamento. Na dúvida, em caso de dor na prática de esporte, consulte seu médico.