:29: Lesão muscular no esporte e Diagnóstico por Imagem

Exames são usados para o diagnóstico e para o acompanhamento de lesões

Lesões musculares são relativamente comuns no esporte. A ressonância magnética e a ultra-sonografia são os exames de imagem imagem mais indicados para o diagnóstico e para o seguimentos de atletas com esse tipo de lesão.

As lesões musculares são geralmente agudas, decorrentes de um movimento de hiper-extensão ou contração forçada do membro, ou por contusão direta. Esses mecanismos de lesão podem produzir estiramentos, roturas parciais ou completas.

Os músculos mais frequentemente acometidos nessas lesões nos esportes são do membro inferior: músculos adutores da coxa (futebol), músculos das regiões anterior da coxa (futebol) e posterior da coxa, ou ísquio-tibiais (futebol e atletismo, entre outros), e músculos da região posterior da perna, ou panturrilha (tênis, futebol, corrida, squash).

A ressonância magnética e a ultra-sonografia são os exames complementares utilizados para se determinar com precisão a graduação e a extensão das lesões musculares.

Estiramentos são lesões menos graves em que não há rotura macroscópica significativa de fibras, e portanto não há descontinuidade do músculo. A ressonância magnética nestes casos é superior à ultra-sonografia, e mostra uma alteração discreta que é o edema intra-muscular. Estas lesões geralmente não produzem sangramentos (hematomas) e a recuperação é mais precoce.

Roturas musculares podem ser classificadas em parciais ou completas. Nestes casos há descontinuidade das fibras musculares, com a formação de um hematoma decorrente do sangramento. Há comprometimento da função muscular, que será proporcional à gravidade da lesão.

Apesar de a ultra-sonografia ser um excelente método de imagem, a ressonância magnética é capaz de mostrar a lesão de uma forma mais panorâmica, que é mais conveniente para a avaliação de sua extensão.

Em termos de imagem, estes dois métodos mostram o músculo lesado com áreas de edema intra-muscular, áreas com contornos irregulares, zonas de intervalo de fibras, acompanhadas por uma quantidade variável de sangue (hematoma). O radiologista músculo-esquelético ao examinar um atleta com rotura muscular, seja por ressonância magnética ou por ultra-sonografia, deve diagnosticar o músculo envolvido, a localização e o tamanho da lesão, o percentual da lesão em relação ao diâmetro total do músculo, e o volume do hematoma. Todas essas informações são fundamentais para o ortopedista que acompanha o atleta decidir pelo tipo de tratamento e estimar o tempo de retorno às atividades esportivas, que varia muito de indivíduo para indivíduo.

Os hematomas podem se localizar no interior do músculo (intra-muscular), ou ao redor dele (peri-muscular), ou entre um músculo e outro (inter-muscular). Hematomas mais volumosos tendem a causar mais dor e desconforto e podem requerer mais tempo de recuperação.

A ressonância magnética é um excelente exame de imagem para esclarecer casos duvidosos e para a avaliação de lesões extensas e/ou de maior gravidade. A ultra-sonografia, por ser um exame mais barato e mais disponível, pode ser utilizada para o acompanhamento da evolução da lesão sob tratamento.

Contratura muscular e fadiga muscular são condições benignas e usualmente não têm representação nas imagens médicas.

Exames de imagem são fundamentais nas lesões nos esportes não apenas para fazer o diagnóstico inicial, mas para definir o tipo de tratamento a ser adotado e para fazer o seguimento da lesão do atleta.

Dr. Milton Miszputen

 





 
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