:21: Diagnóstico por imagem e pé de corredor

Ressonância magnética é destaque

Corredores podem apresentar uma grande variedade de lesões numa pequena, porém importantíssima parte do corpo: o pé. E quando falamos de pé, estamos excluindo a região do torzonelo, sede de outras tantas lesões possíveis.

Devido à grande variedade de estruturas anatômicas no pé (ossos, cartilagem, tendões, ligamentos, músculos), há também uma correspondente variedade de lesões possíveis, com caracaterísticas bastante diferentes.

Os sintomas, a história clínica e o exame físico do atleta podem ser muito parecidos para lesões muito diferentes. Isso pode causar certa dificuldade diagnóstica mesmo em mãos de ortopedistas experientes.

Em praticamente todas as avaliações de atletas com dor no pé, entra em cena o Diagnóstico por Imagem (Radiologia), que é a especialidade médica que reúne os seguintes métodos: radiografias, ultra-sonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Todos esses exames podem ser utilizados isoladamente ou combinados para se fazer o diagnóstico das lesões nos pés de corredores.

No pé, radiografias podem diagnosticar fraturas agudas ou por estresse, deformidades articulares congênitas ou adquiridas (hálux valgo), alterações nos ossos sesamóides ("sesamoidites", ou fratura por estresse e osteonecrose), osteoartrose. Eventualmente, radiografias podem detectar alterações em partes moles indicativas de lesões de outras estruturas que não ossos.

A ultra-sonografia é mais indicada quando se suspeita de lesões agudas ou crônicas em tendões, por exemplo, tenossinovite dos tendões extensores dos dedos.

Tomografia computadorizada é um método excelente quando é necessária uma avaliação detalhada dos ossos e articulações. Isso ocorre em determinados casos de fraturas que comprometem a superfície articular (por exemplo, fratura-luxação de Lisfranc), lesões nos ossos sesamóides, nos casos de lesão osteocondral e deformidades.

A ressonância magnética é um método que faz a diferença na avaliação da dor no pé de corredores. Devido à sua excelente definição de imagem, e pela possibilidade de demonstrar detalhes de várias estruturas anatômicas de uma vez só, a ressonância magnética é o exame preferido por muitos especialistas em pé e tornozelo. Como estuda ao mesmo tempo ossos, cartilagens, tendões, ligamentos e músculos, a ressonância é capaz de fazer o diagnóstico diferencial das possíveis lesões do atleta. Como dito anteriormente, não é raro diagnosticarmos alterações bem diferentes daquelas suspeitas pelo ortopedista. Principalmente nos casos duvidosos.

A ressonância magnética tem se revelado o exame mais completo dentro da Radiologia e é muito bem indicada nos casos de diagnóstico precoce de fratura por estresse [imagem 1], fraturas agudas ocultas às radiografias, lesões condrais (cartilagem articular) e osteocondrais, ossículos acessórios sintomáticos [imagem 2] e reações ósseas por sobrecarga [imagem 3], lesões ligamentares agudas ou crônicas (devido a entorses), tenossinovites, tumores ou lesões pseudo-tumorais (fibromatose plantar [imagem 4] e Neuroma de Morton [imagem 5]), bursite inter-metatársica, entre outras menos comuns.

Assim, ortopedistas e médicos do esporte têm várias opções de métodos de Diagnóstico por Imagem que podem ser indicados isoladamente ou em conjunto para se obter o diagnóstico preciso e definitivo de uma lesão no pé de corredores.

Dr. Milton Miszputen

 





 
Radiologia do Esporte - Designed by blue media studios©2007