:19: Diagnóstico por imagem na dor no calcanhar em atletas
Ressonância magnética é destaque
Lesões no calcanhar em corredores e atletas em geral podem ter várias origens, porque nesta região há diferentes estruturas (ossos, cartilagem, tendões, ligamentos, músculos). Portanto, vários diagnósticos são possíveis para sintomas parecidos. Nem sempre a história clínica do atleta, seus sintomas e seu exame físico são suficientes para se obter o diagnóstico definitivo. Obviamente, algumas lesões têm características muito peculiares e, nestes casos, os ortopedistas não têm dificuldade alguma em determinar seus diagnósticos.
Ocorre, entretanto, que, devido à proximidade das estruturas anatômicas na região do calcanhar, algumas lesões podem ter sintomas semelhantes e confundir mesmo o ortopedista mais experiente.
Tanto nos casos mais simples, como nos casos mais difíceis, os métodos de Diagnóstico por Imagem participam no processo de avaliação destas lesões. Todos os exames podem ser úteis de alguma forma nesta avaliação: radiografias, ultra-sonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Em se tratando de lesões no calcanhar, as radiografias podem diagnosticar fraturas ou outras alterações não traumáticas que podem explicar a dor do atleta, como por exemplo, fratura por estresse [imagem 1], osteoartrose, esporões no calcâneo, deformidades congênitas ósseas ou articulares. Mesmo não sendo o método mais indicado para avaliar estruturas de partes moles como, por exemplo, tendões, as radiografias podem diagnosticar calcificações na região dos tendões e assim permitir eventualmente o diagnóstico de tendinopatias crônicas ("tendinites").
Freqüentemente a ultra-sonografia é indicada quando se suspeita de lesões agudas ou crônicas em tendões na região do calcanhar. A ultra-sonografia pode revelar alterações nos tendões flexores do pé e tornozelo, como, por exemplo, o tendão calcâneo (Aquiles), que pode apresentar sinais de tendinopatia crônica, comum em corredores.
Tomografia computadorizada é um método excelente quando é necessária uma avaliação detalhada dos ossos e articulações. Isso ocorre em determinados casos de fraturas que comprometem a superfície articular, nos casos de lesão osteocondral [imagem 2], coalizão tarsal e deformidades.
A ressonância magnética é um método do Diagnóstico por Imagem que pode fazer a diferença na avaliação da dor no calcanhar em atletas. Devido à sua excelente definição de imagem, e pela possibilidade de demonstrar detalhes de várias estruturas anatômicas de uma vez só, a ressonância magnética é o exame preferido por muitos especialistas em pé e tornozelo. Como estuda ao mesmo tempo ossos, cartilagens, tendões, ligamentos e músculos, a ressonância é capaz de fazer o diagnóstico diferencial das possíveis lesões do atleta. Como dito anteriormente, não é raro diagnosticarmos alterações bem diferentes daquelas suspeitas pelo ortopedista. Principalmente nos casos duvidosos.
A ressonância magnética tem se revelado o exame mais completo dentro da Radiologia e é muito bem indicada nos casos de suspeita de fratura por estresse, fraturas agudas ocultas às radiografias [imagem 3], lesões condrais (da cartilagem articular) e osteocondrais [imagem 4], roturas ligamentares agudas ou crônicas (devido a entorses), tenossinovites e tendinopatias [imagem 5], roturas tendinosas parciais [imagem 6] ou completas [imagem 7], fasceíte plantar [imagem 8], bursite retrocalcaneana [imagem 9], entre outras menos comuns.
Assim, ortopedistas e médicos do esporte têm várias opções de métodos de Diagnóstico por Imagem que podem ser indicados isoladamente ou em conjunto para se obter o diagnóstico preciso e definitivo de uma lesão no calcanhar de atletas.
Dr. Milton Miszputen |